PSD e CDS-PP criticaram, esta quarta-feira, o PS por ter rejeitado os pedidos de audição parlamentar do ministro da Administração Interna. A oposição de direita pretendia esclarecimentos sobre a «descoordenação» no ministério tutelado por Rui Pereira.
O vice-presidente da bancada do PSD, Montalvão Machado, criticou a recusa do PS por considerar que foi feita na base do «quero, posso e mando».
«O PS começou muito mal esta terceira sessão legislativa, que fica marcada por esta atitude anti-democrática», criticou Montalvão Machado.
Mas o socialista Ricardo Rodrigues considera que a oposição apenas quer «chicana política», que age sob a batuta da «hipocrisia política» e lembra que agora as regras são outras.
O vice-presidente do grupo parlamentar do PS referiu o novo regimento da Assemleia da República que prevê que cada ministro tenha de comparecer pelo menos uma vez por sessão legislativa em plenário e quatro em comissão, dando ainda aos partidos o direito de requerer de forma potestativa a audição de qualquer membro do executivo (direito limitado a um número de vezes por sessão que varia para cada grupo parlamentar).
«Não perceberam o novo regimento: somam-se às quatro vezes que os senhores ministros têm de vir às comissões os vossos direitos potestativos, quinze, num total de dezanove. Este número de vezes representa mais do que uma vez por mês, os ministros têm de governar!», respondeu Ricardo Rodrigues.
Nuno Magalhães, do CDS-PP, que trouxe o assunto a plenário tem outra leitura: «Os homens e mulheres que compõem as forças de segurança estão sempre dispostos a dar o peito às balas, quem parece que não está disposto a dar o peito às balas é o ministro que as tutela, porque não quer vir cá».
«São crimes a mais, descoordenações a mais e explicações a menos», referiu Nuno Magalhães, considerando «exigível» essa audição do ministro.
Para a oposição, o PS entrou com o é esquerdo nesta sessão legislativa.