O primeiro-ministro acusou Marques Mendes de não ter uma agenda própria e de ter sim uma «agenda 'surfing'». No primeiro debate mensal desta sessão legislativa, o líder do PSD acusou o Governo de incompetência relativa ao Plano Tecnológico.
O primeiro-ministro acusou, no primeiro debate mensal da nova sessão legislativa, o líder do PSD de não ter agenda própria, ao não ter sido capaz de «impor uma ideia central com base na qual pudesse construir uma alternativa».
«Tem uma agenda 'surfing' e não uma agenda 'setting': tenta ir na onda dos acontecimentos e dos temos mediáticos. Há uma diferença entre quem lidera a agenda e quem vai a reboque dos acontecimentos», criticou José Sócrates.
Na resposta, Marques Mendes, que abordou nas suas intervenções temas como os fundos comunitários, frisou que «quem define a agenda do PSD, é o PSD, quem define a minha agenda, sou eu».
Sobre o tema proposto pelo primeiro-ministro para este debate, o Plano Tecnológico, o líder social-democrata ironizou ao dizer que «em matérias de fundos, no fundo, o que temos é um novo site www.incompetencia.gov.pt».
Marques Mendes voltou ainda a abordar questões relacionadas com o próximo quadro comunitário de apoio, o QREN, e criticou a recente distribuição de computadores por vários membros do executivo na abertura do ano lectivo.
«Pareciam uma agência de material informático. A verdade é que não têm software e programas para retomar a educação em Portugal», afirmou o líder do PSD.
O responsável máximo do maior partido da oposição também criticou a forma como o Governo está a reduzir o défice, ao aumentar as receitas e os impostos e ao não reduzir a despesa.
«O défice baixa à custa do contribuinte pagador, dos impostos, da classe média, das Pequenas e Médias Empresas e de mais desemprego. Até pode pôr as finanças públicas em ordem, mas já não teremos nem economia nem empresas», acrescentou.
A segurança foi outro dos temas que Marques Mendes trouxe à atenção, com o primeiro-ministro a responder ao líder do PSD considerando que «não é com mais demagogia, mais radicalismo e mais ataques pessoais que resolve o seu problema».