O Bloco de Esquerda vai entregar, no parlamento, um projecto de lei para limitar a exposição das populações aos campos electromagnéticos, aproveitando a polémica em curso com a REN.
O BE acusa a empresa de arrogância ao não respeitar a ordem judicial que mandou desligar a linha de muito alta tensão Fanhões-Trajouce, no concelho de Sintra.
O bloco avisa ainda que a lei portuguesa está ultrapassada face aos novos conhecimentos sobre os perigos da exposição a campos magnéticos.
Alda Macedo, deputada, afirma que a Rede Eléctrica Nacional (REN) não pode ficar acima da lei: «A REN não pode imaginar que as suas deliberações tem prevalência sobre as deliberações do Estado».
O projecto do bloco de esquerda defende a reconversão da REN no prazo máximo de 10 anos. O bloco quer também impor limites mais apertados da exposição das populações aos campos magnéticos, sobretudo em zonas como parques infantis, ou parques de estacionamento.
Por fim, os bloquistas querem exigir que os cabos de alta tensão comecem a ser instalados no subsolo em vez de serem instalados à superfícies, até porque «além de resolver uma questão de saúde pública», este método «diminui as perdas de electricidade no transporte», salienta a deputada.
No entanto, José Penedos, o presidente da REN, afastou esta tarde esta opção salientando que custa dez vezes mais que as linhas aéreas.