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«Politicamente suicidário» controlar manifestações

O secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães, considerou «politicamente suicidário» controlar manifestações como a que vai ser promovida pelo Sindicato dos Professores da Região Centro. No Fórum TSF, a oposição falou em «atitudes pidescas» por parte do Governo.

O secretário de Estado da Administração Interna considerou que seria um «politicamente suicidária» controlar manifestações de protesto como a que vai ser promovida, esta terça-feira, pelo Sindicato de Professores da Região Centro.

No Fórum TSF, José Magalhães explicou que uma opção como esta apenas poderia ser entendida como «completamente inimaginável e completamente proibida».

«Façamos justiça ao Governo de ter inteligência política bastante para por um lado medir as consequências dos actos que pratica e de, em segundo lugar, ter perfeita consciência que estamos num ambiente democrático em que todos podem exprimir livremente a sua opinião», acrescentou.

José Magalhães notou que o «Ministério da Administração Interna determinou uma investigação, porque todos os excessos quando ocorrem são negativos e proibidos e a primeira coisa que é preciso saber é o que aconteceu».

Também ouvido no Fórum TSF, o deputado António Filipe, que considerou ter havido «atitudes pidescas» neste caso, registou o «facto de o Governo ter dito que vai apurar responsabilidades», pretendendo o parlamentar do PCP que os resultados destas investigação sejam divulgados o mais rápido possível.

«Que a Assembleia da República seja informada detalhadamente do que foi apurado, das responsabilidades apuradas e da actuação que o Governo vai fazer em função disso», acrescentou.

O deputado social-democrata Marques Guedes exigiu, por seu turno, a presença de Rui Pereira, ministro da Administração Interna, na primeira comissão do parlamento, que trata dos Direitos, Liberdades e Garantias.

«Temo e lamento profundamente que venha a acontecer é que se passe aquilo que se passou nas últimas situações que é o Governo, utilizando a sua maioria absoluta, não permitir nenhuma crítica directa e frontal ao Governo e, acima de tudo, no Parlamento, branquear estas situações e não exigir o apuramento de responsabilidades», concluiu.

A presença de agentes da PSP à paisana na sede do Sindicato dos Professores da Região Centro por causa de um protesto deste sindicato marcado para esta terça-feira foi também alvo de críticas por parte do deputado Nuno Magalhães.

«Num Estado de Direito democrático, é absolutamente inaceitável. Aliás, isto vem de um conjunto de processos que vêm decorrendo no sentido deste Governo não conviver, não aceitar a crítica perfeitamente normal num Estado de Direito democrático», explicou o deputado do CDS-PP.

Nuno Magalhães considerou por isso que esta questão «causa preocupação e até alguma perplexidade porque estes casos senão fossem graves até seriam caricatos».

Por seu lado, o deputado do PS Vítor Baptista reconhece que se a versão dos sindicalistas sobre o que aconteceu for real então o que aconteceu na Covilhã «não é normal e não é desejável».

«Agora não se pode confundir, com base nesse elemento que ainda está para ser feita a prova, ter um comportamento ao longo de meses e de anos em que este sindicato liderado por Mário Nogueira», adiantou.

Para Vítor Baptista, este sindicato «não respeita a lei, não comunica, hostiliza, insulta. Acho que não é saudável em democracia e muito menos no Sindicato dos Professores».

Redação