No dia em que cumpre o primeiro ano de mandato, o Procurador-Geral da República (PGR) afirma, em entrevista à TSF, que está muito preocupado com os pequenos crimes cometidos no interior das escolas.
Pinto Monteiro mantém o combate à corrupção como uma prioridade, mas sublinha que este aspecto está longe de ser a única preocupação do Ministério Publico.
«Estou preocupado com muita coisa, por exemplo com os gangs de bairro, não estamos livres de enfrentar o mesmo que aconteceu em França. E os pequenos ilícitos que acontecem no liceu? Estou preocupadíssimo. Um jovem de 14 ou 15 anos que insulta ou bate no professor está a cometer um ilícito que muitas vezes não é punido», salienta o Procurador-Geral da República.
Pinto Monteiro considera que em casos como estes a tolerância deve ser «reduzida quase a zero», embora não defenda a diminuição da idade da imputabilidade.
«Nunca defendi isso, mas que cada um responda de acordo com a sua idade. Cada vez que existe uma ofensa seja verbal ou corporal estamos perante crimes públicos», adianta.
Pinto Monteiro mantém o que disse no dia da tomada de posse, não pede mais recursos ao poder político, mas lembra que se são atribuídas mais responsabilidades ao Ministério Público esse trabalho não pode ser desempenhado com os mesmos meios.
«Costumo dar este exemplo, se alguém me pedir para telefonar todas as manhãs tem que me proporcionar o telefone, defendo que se devem fazer esforços, mandar um pombo-correio se for necessário, mas tem de existir o mínimo para cumprir», afirma.
No balanço de um primeiro ano na Procuradoria, Pinto Monteiro diz que o saldo é positivo ao afirmar que o Ministério Público foi credibilizado e é agora mais respeitado pelo poder político.