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Candidatos a bastonário dizem que a OA está a perder prestígio

Os candidatos à Ordem dos Advogados acusam a instituição de estar a perder influência e dizem que o actual bastonário não intervém quando é necessário. Na véspera do 1º debate entre os quatro candidatos, na Faculdade de Direito da Universidade Católica, em Lisboa, a TSF avança as principais propostas dos advogados que concorrem.

As posições são consensuais entre os quatro candidatos, já que todos defendem uma Ordem com mais peso na sociedade.

«A voz da OA tem sido a voz do silêncio, ou então tem tido muito espectáculo mediático. O actual bastonário tem falado sobre coisas que não devia e tem-se calado sobre coisas que devia falar e que era imperioso que a ordem se fizesse ouvir», defende António Marinho Pinto, que volta a candidatar-se depois de ter perdido em 2004 para Rogério Alves.

Outro candidato, Magalhães e Silva, defende uma verdadeira revolução na formação e acesso à profissão de advogado, com a instituição de um exame de entrada na Ordem dos Advogados para decidir quem está ou não apto a exercer.

Quanto ao bastonário, este candidato defende uma personalidade interventiva: «O bastonário não pode ser um comentador, deve estar presente sempre que estiver em causa o sistema de justiça».

Luís Menezes de Leitão salienta a importância de apoiar a jovem advocacia, e estar atento aos problemas dos jovens advogados.

O candidato também deixa críticas ao actual bastonário. «Eu entendo que o bastonário deve preocupar-se menos em comentar o "faits divers" televisivo e tratar destes assuntos [relacionados com os problemas da advocacia», salienta Menezes de Leitão.

Por fim, Garcia Pereira, que a TSF não conseguiu contactar, tem defendido que a justiça em Portugal, para o cidadão comum, é cada vez mais lenta e inacessível. O candidato entende que a OA precisa de recuperar prestígio e poder intervir no processo legislativo.

Contactado pela TSF, o actual bastonário Rogério Alves não quis comentar as críticas. Rogério Alves, que está num congresso no Brasil, afirma que não se vai «envolver em nenhum conflito eleitoral».

As eleições realizam-se no dia 30 do mês que vem.

Redação