O presidente do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, que apoiou Marques Mendes nas directas para a liderança do PSD, afirmou este sábado que «um líder bom não fracciona» e sabe que «o adversário está sempre fora do partido».
Na intervenção feita no Congresso do PSD, que decorre até domingo em Torres Vedras, Jardim sublinhou que o partido «não pode viver num clima de tensão interna» e garantiu a «leal solidariedade efectiva do PSD-Madeira, num clima que se deseja de reciprocidade, obrigatória quando se sabe que a Madeira é o alvo preferencial das investidas de José Sócrates».
Alberto João Jardim salientou que o principal objectivo do PSD deverá ser derrotar o actual primeiro-ministro e afirmou acreditar que «no final de 2009» os sociais-democratas deverão estar prontos para derrubar o PS.
«Deverá então acontecer uma rigorosa análise de situação, em que a começar pelo líder, ninguém fugirá às responsabilidades», afirmou o dirigente madeirense, adiantando que deverão sempre ser tomadas «decisões de emergência e surpresa a tempo de derrotar José Sócrates».
No seu discurso, Jardim salientou também que a Madeira «é o único território nacional onde o PSD tem poder legislativo maioritário e poder executivo» e recordou sempre ter recebido de Marques Mendes a solidariedade necessária «face aos estrangulamentos» da região.
Sublinhando ser dos poucos políticos no activo da geração de Sá Carneiro, Jardim recordou «as várias situações em que as elites de Lisboa puxavam para um lado e as bases do partido procuravam caminhos mais afoitos».
Alberto João Jardim salientou a oportunidade de aproveitar a revisão em curso do programa do PSD para «dar resposta às novas questões que se colocam à humanidade e evitar fraccionamentos no interior do partido».
Crítico há anos do actual regime constitucional, o líder do PSD-Madeira respondeu positivamente à proposta lançada sexta-feira à noite por Menezes no seu discurso de abertura do congresso, no sentido de preparar o caminho para uma nova Constituição.
«Vamos, meu caro Filipe Menezes, a uma nova Constituição contra os situacionistas», disse.
Alberto João Jardim dirigiu ainda um forte ataque às políticas de José Sócrates, cujas práticas classificou de «estalinistas» e em relação a quem salientou a necessidade de «recordar sistematicamente as promessas não cumpridas».
«Contesto o definhar de Portugal subjugado à disciplina orçamentalista ditada pelo exterior, contesto a as causas fracturantes, o sectarismo e o abandono do sector primário da economia», disse ainda.