O novo presidente do PSD afirmou esta segunda-feira estar preparado para aprovar o Tratado Reformador da UE. Luís Filipe Menezes garantiu que, consigo na liderança dos sociais-democratas, não haverá querela europeia em Portugal.
No final de uma audiência com o primeiro-ministro, a primeira desde que assumiu recentemente a liderança do PSD, Luís Filipe Menezes disse que «se a solução que está neste momento a ser burilada [sobre o Tratado Reformador da UE], for aquela que merecer a aprovação [dos líderes europeus, em Lisboa], o PSD não tem em relação a ela qualquer tipo de objecção».
O recém-eleito líder do maior partido da oposição deslocou-se a São Bento acompanhado por membros da nova Comissão Política do PSD para discutir com José Sócrates a agenda da cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da UE, que, quinta e sexta-feira, deverá aprovar o Tratado que substituirá a fracassada Constituição Europeia.
Interrogado sobre a forma como o futuro Tratado deverá ser ratificado em Portugal, o líder social-democrata deu uma resposta semelhante à preconizada pelo PS.
«Cada coisa a seu tempo. Primeiro, temos que ter Tratado. Depois vamos discutir a ratificação, porque até pode nem haver acordo [sobre o Tratado], perspectiva que não desejamos», admitiu.
Menezes assumiu depois que, durante a campanha interna para a liderança do PSD, defendeu que a ratificação do futuro Tratado poderia ser feita por via parlamentar e não por referendo.
«Obviamente, não vou alterar essa minha posição. Contudo, a forma como poderemos chegar a uma solução final é algo que ainda decorrerá da existência ou não do Tratado e das conversações que o PSD terá com os partidos com representação parlamentar, designadamente com o PS», salientou.
Ao fim de cerca de 45 minutos de audiência com o primeiro-ministro, Luís Filipe Menezes disse que, em resultado da análise feita por José Sócrates à actual conjuntura da UE, «o PSD tem esperança que haja acordo» na cimeira informal de quinta e sexta-feira em Lisboa.
«No que diz respeito a Portugal, sendo o PSD e o PS dois partidos que têm uma larga maioria no Parlamento - e que representam uma parte substantiva da população portuguesa -, existe um consenso razoável sobre as questões europeias do presente e do passado», sublinhou o novo líder social-democrata.