Esta quarta-feira, no debate sobre a Europa, na TSF, Medeiros Ferreira, Martins da Cruz e António Vitorino consideraram positiva a iniciativa de José Sócrates de enviar uma carta aos Estados-membros apelando à cooperação para a assinatura do novo tratado da União Europeia.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Medeiros Ferreira, defendeu que Portugal ainda não conseguiu ultrapassar todos os obstáculos mas está no caminho certo para o conseguir.
«É uma carta [enviada por José Sócrates] que dá a entender que nem tudo está resolvido, que a cimeira não será apenas uma fachada, não é um encontro social mas sim um encontro de negociações», explica Medeiros Ferreira.
«A carta é um bom instrumento para salientar a importância do que está em cima da mesa e mostra que Sócrates não tem uma postura fechada sobre todos os assuntos», defende o ex-ministro.
Já Martins da Cruz, que também foi responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros, considera que a carta «é habitual» antes de cimeiras importantes e, neste caso, é útil para relembrar a importância do tratado.
«Eu queria deixar um elogio à diplomacia portuguesa, porque acho que às vezes a nossa diplomacia, como os portugueses, consegue lidar melhor com grandes desafios do que com problemas do dia-a-dia», salientou Martins da Cruz.
Também António Vitorino, antigo comissário europeu, considera que a carta enviada por José Sócrates indica que ainda há problemas mas revela sobretudo «uma grande vontade política» de resolver a questão do referendo.