O embaixador português na Rússia espera que a Cimeira UE-Rússia contribua para a lucidez de relações entre os dois blocos. À TSF, Manuel Marcelo Curto lembrou que a Rússia faz parte da família europeia e que sempre houve uma relação estratégica com os russos.
O embaixador de Portugal na Rússia acredita que a Cimeira UE-Rússia, que se inicia esta sexta-feira em Mafra, poderá resultar nas «relações mais seguras possíveis» entre russos e europeus e em maior lucidez entre os dois blocos.
«A Rússia é o nosso mais importante vizinho, é um país que faz parte historicamente da família europeia com o qual temos uma relação estratégica. Por conseguinte, em meu entender, o que devia sair desta cimeira seria fundamentalmente lucidez na visão das relações entre a União Europeia e a Rússia», explicou Manuel Marcelo Curto.
Em declarações à TSF, este embaixador recordou ainda as declarações feitas no parlamento alemão por Vladimir Putin na sua primeira grande vista ao estrangeiro, após ter sido eleito para o cargo de presidente russo.
«Afirmou o compromisso europeu da Rússia, essa pertença da Rússia à civilização e família europeia. Se da Cimeira de Mafra sair uma reafirmação desse compromisso europeu da Rússia seria óptimo», considerou.
Para Manuel Marcelo Curto, «é necessário que respeitemos a Rússia, é necessário que a Rússia nos respeite como União e que respeite a União e cada um dos Estados-membros».
Nesta que será a 20ª cimeira entre os dois blocos e a última de Vladimir Putin como presidente russo, poderá verificar algum desanuviamento do diálogo, podendo vir a existir uma declaração de «vontade política» de prosseguir a aproximação entre russos e europeus.
Apesar da possibilidade de uma declaração deste género, nesta cimeira deverão ser confirmadas diversas divergências entre os dois blocos, que apenas deverão permitir a assinatura de dois acordos específicos nas áreas do combate ao tráfico de droga e das importações de produtos em aço.
Segundo fontes comunitárias em declarações à Lusa, entre os temas da cimeira deverão constar a adesão da Rússia à Organização Mundial de Comércio, a cooperação no sector da energia, o futuro estatuto do Kosovo, bem como a questão dos Direitos Humanos em algumas repúblicas russas.