O Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) diz que as verbas do Orçamento de Estado de 2008 são insuficientes para satisfazer todas as suas ambições, salientando que apenas chegam «minimamente» para «gerir a Marinha». O CEMA defendeu ainda a substituição urgente de corvetas e patrulhas.
No final da cerimónia de abertura do ano operacional da Marinha, na Base Naval do Alfeite, em Almada, o almirante Melo Gomes afirmou que «os recursos nunca são suficientes para satisfazer todas as nossas ambições».
No entanto, continuou, «julgo que com os recursos financeiros alocados este ano terei minimamente a capacidade para gerir a Marinha».
As despesas do Estado com a Defesa vão crescer, segundo o Orçamento de Estado de 2008, 8,5 por cento, devido aos investimentos previstos no reequipamento militar e na defesa e segurança marítima.
À semelhança do que aconteceu em anos anteriores, o Exército sofre um corte nas transferências, neste caso de 1,2 pontos percentuais face às previsões para 2007, enquanto Marinha e Força Aérea aumentam as suas dotações, ainda que modestamente.
O Exército vai receber 490,5 milhões de euros (menos 6,1 milhões de euros do que em 2007), a Marinha recebe 321,6 milhões de euros (mais 0,5 por cento) e a Força Aérea 254,4 milhões (mais 2,3 por cento).
CEMA pede substituição urgente de corvetas e patrulhas
O Chefe do Estado-Maior da Armada alertou também para o facto das corvetas e patrulhas, com mais de 30 anos de serviço, estarem «no limite» e precisarem de ser substituídas «com urgência».
Em declarações aos jornalistas, Melo Gomes admitiu que recursos existem na Lei de Programação Militar (LPM) e nos planos de investimento, mas que é preciso serem «levados à prática» para que a Marinha mantenha «a sua operacionalidade».
Apesar de as corvetas e patrulhas, com 32 e 38 anos de serviço, manterem «operacionalidade e prontidão assinaláveis», Melo Gomes advertiu que «não será possível manter por muito tempo os actuais níveis de empenhamento» dos navios.