O líder do CDS-PP, Paulo Portas, disse esta quarta-feira que quer a demissão da ministra da Educação, depois da maioria PS ter «desautorizado» Maria de Lurdes Rodrigues ao alterar a regra da prova de recuperação, prevista no Estatuto do Aluno.
A acusação foi feita por Paulo Portas, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, em que acusou Maria de Lurdes Rodrigues de ter tido «três posições diferentes em três meses» e de fazer propostas irresponsáveis.
«O CDS contestou a lei, pôs o dedo na ferida e contribuiu de forma determinante para que a maioria recusasse e pelo menos se preveja que os alunos que faltam sucessivamente sofram uma consequência», afirmou.
«Não se pode tratar da mesma forma um aluno que falta porque vai ao funeral de um familiar e um aluno que falta para ficar no café a fumar um cigarro», acrescentou.
Para Paulo Portas, a ministra teve um comportamento «irresponsável» ao defender esta solução, sendo depois «desautorizada» pelos deputados da maioria socialista na quarta-feira.
Durante a votação na especialidade do Estatuto do Aluno na Comissão Parlamentar de Educação, a maioria socialista apresentou uma proposta de alteração ao artigo referente às provas de recuperação para os alunos com excesso de faltas, passando a ser o conselho pedagógico da escola a decidir se o aluno chumba ou fica submetido à prova.
Paulo Portas afirmou que, com este comportamento, reforça a posição do CDS-PP de que a ministra da Educação está a seguir «um caminho estreito» e que «há muito tempo» deveria ter deixado o Governo.
Na segunda-feira, os democratas-cristãos vão insistir nas suas propostas e estão na expectativa quanto à atitude da bancada do PS.