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«Duelo» entre Sócrates e Santana

O primeiro-ministro e o líder parlamentar social-democrata travaram, esta terça-feira, um duelo, com Sócrates a considerar que Santana «é verdadeiramente o passado» e o antigo chefe de Governo a adiantar que o executivo PS lembra «o Governo que fugiu».

«Só nunca mais volta quem governa em ditadura e normalmente vai para o exílio», afirmou Santana Lopes, na primeira intervenção que fez no debate do Orçamento de Estado para 2008, dirigindo-se directamente a José Sócrates, que classificou como uma «ironia amarga» a direita ter agora os mesmos rostos do passado.

O líder da bancada do PSD e ex-primeiro-ministro garantiu ainda que está indisponível para responder a questões relacionadas com o passado, na medida em que «isso só interessa a quem quer estudar a História».

De forma irónica, José Sócrates disse compreender que Santana Lopes não queira voltar atrás, na medida em que ele «é verdadeiramente o passado».

«A direita andou, andou, e o melhor que conseguiu arranjar foram os mesmos protagonistas», acrescentou.

O chefe de Governo disse ainda o que separa o executivo socialista dos Governos de maioria PSD/CDS-PP liderados por Durão Barroso e Pedro Santana Lopes «que desciam a economia e subiam o défice», enquanto agora o que acontece é «exactamente o contrário», salientou.

«O vosso regresso faz invocar o passado, um passado de triste memória», rematou José Sócrates.

Depois de pedir a palavra para «defesa da consideração da bancada», Pedro Santana Lopes contra-atacou, adiantando que José Sócrates era um dos homens fortes do Executivo de António Guterres, fazendo lembrar «o Governo da fuga do pântano», o «Governo que fugiu».

No final do «duelo» entre Santana Lopes e José Sócrates, que se reencontraram hoje no Parlamento três anos depois do último confronto quando o agora líder da bancada do PSD chefiava o Governo e o actual primeiro-ministro era apenas deputado, Santana deixou ainda um aviso: «quem vai ganhar as próximas eleições é Luís Filipe Menezes. Prepare-se para isso».

Redação