O presidente da câmara do Porto pediu, esta terça-feira, a demissão do ministro da Saúde por entender que Correia de Campos é responsável por uma «gestão inadequada» do Instituto da Droga e Toxicodependência, ao terminar com o programa Porto Feliz. Correia de Campos afirma que Rui Rio não tem autoridade para pedir a sua demissão.
Em causa está o facto do IDT ter cancelado o programa Porto Feliz dirigido aos toxicodependentes. Rui Rio diz que escreveu cartas tanto ao presidente do IDT, quer ao ministro da saúde mas não recebeu resposta nem de um nem de outro.
Por isso, o autarca pede a demissão do ministro Correia de Campos: «O ministro arrasta-se com o ministério, não se impõe à gestão do IDP, não clarifica a gestão do IDT, tem um tratamento discriminatório para com a cidade do Porto, talvez porque não seja do seu agrado os partidos que aqui venceram as eleições».
«Ou seja, não está a fazer nada no ministério. Mesmo ao nível de outras questões que estão para lá da toxicodependência, como nós vemos pelo país fora e que têm sido contestadas», salienta o autarca.
Rui Rio afirma que, desde o fim do programa, há nas ruas do Porto «mais toxicodependente, mais arrumadores». «Acresce que o ministro, desde 2005, não paga à câmara do Porto o dinheiro de um protocolo que foi assinado por três ministros distintos».
Entretanto, Correia de Campos já respondeu a Rui Rio, afirmando que o autarca não tem autoridade para pedir a sua demissão.
«Quem nomeia os ministros é o Presidente da República por proposta do primeiro-ministro. E, que eu saiba, o senhor presidente da câmara do Porto não é nem primeiro-ministro nem Presidente da República», afirmou Correia de Campos, à margem do debate do Orçamento de Estado de 2008, no Parlamento.