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Oposição contesta impostos e «obsessão» pelo défice

O PCP e CDS-PP contestaram, esta quinta-feira, a política de

No último dia de debate do Orçamento do Estado para 2008 na generalidade, no Parlamento, o PCP e o CDS-PP defenderam que o ministro das Finanças afastou, na quarta-feira, qualquer descida de impostos até 2010 e depois recuou.

Quanto às Estradas de Portugal, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerou que «o Governo não deu nenhuma resposta satisfatória» sobre «a sua ausência do Orçamento do Estado para 2008».

«O primeiro-ministro chegou mesmo a dizer que estava nos fundos e serviços autónomos, o que é mentira, aliás como confirmou o ministro das Finanças no dia seguinte», sublinhou Bernardino Soares.

«O Governo quer simplesmente varrer a empresa para debaixo do tapete. Como a negociata é de tal forma absurda e escandalosa, é preciso escondê-la dos portugueses», completou, sustentando que os socialistas pretendem entregar a rede rodoviária nacional e «garantir um negócio estável e sem risco ao Grupo Mello para o resto do século XXI».

Por sua vez, o líder parlamentar do CDS-PP, Diogo Feio, afirmou que o Orçamento do Estado para 2008 está «cheio de desorçamentações», dando como exemplo as Estradas de Portugal.

«Olhe que as artimanhas têm limites», declarou, dirigindo-se ao primeiro-ministro, José Sócrates, a quem recomendou que «ouça a censura que cada vez mais lhe é feita».

Sobre os impostos, Diogo Feio referiu que «40 por cento do crescimento económico vai directamente para a cobrança de impostos, vai directo da sociedade para o Estado» e insistiu na redução da carga fiscal para «os cidadãos e as empresas criarem riqueza».

O CDS-PP congratulou-se com a inclusão da vacina contra o vírus que causa o cancro do colo do útero no plano nacional de vacinação, afirmando que foi uma «luta» do seu partido, e pediu que o mesmo aconteça com a vacina contra a meningite.

BE e PEV criticam a «obsessão» pelo défice

Também o BE e Os Verdes confirmaram o voto contra a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2008 , deixando duras críticas à «obsessão» com o défice «que justifica todos os ataques aos direitos dos trabalhadores».

«O nosso sentido de voto não pode ser outro que não a rejeição deste Orçamento», disse o líder parlamentar do BE, Luís Fazenda.

Sublinhando que se trata de um Orçamento «marcado pela mentira das promessas não cumpridas» e pelos «pequenos bónus» atribuídos para «disfarçar a retirada dos direitos sociais», Luís Fazenda recuperou as críticas «à obsessão com o défice».

Pelo partido ecologista Os Verdes, o deputado Francisco Madeira Lopes confirmou igualmente o voto contra da sua bancada, deixando «a mais firme crítica e oposição» ao «embuste encenado pelo Governo».

Criticando a «cegueira obsessiva» do executivo socialista em «continuar a colocar o combate ao défice à frente de tudo», Madeira Lopes considerou existirem «todas as razões para os portugueses estarem desiludidos».

Redação