A escolha de Almerindo Marques apanhou de surpresa o Bloco de Esquerda, o PCP e o CDS. Estes partidos da oposição acusam o Governo de estar a tentar apagar as críticas em torno do novo estatuto das Estradas de Portugal.
O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, acusa o executivo de estar a tentar esbater as criticas. «Com este anúncio o Governo pretende varrer para debaixo do tapete a situação verdadeira sobre o novo estatuto da Estradas de Portugal, e a sua abertura à privatização», salientou o líder parlamentar do PCP.
O CDS-PP está sobretudo preocupado com o futuro da RTP, defende Diogo Feio. «Temos ideia que Almerindo Marques é um bom gestor e tem provas dadas e por isso desejamos-lhe felicidades nas novas funções», disse Diogo Feio.
«No entanto, queremos deixar duas notas. Primeiro, achamos difícil que a felicidade dure muito tempo, tal é a confusão que existe em relação à Estradas de Portugal», continuou.
«Em segundo lugar, queremos deixar uma nota de preocupação em relação à RTP, porque e muito importante que não existam influências de natureza politico-partidária, e esperamos que isso não aconteça», disse o deputado centrista.
Também Francisco Louçã, dirigente do Bloco de Esquerda que tem criticado a concessão da Rede Rodoviária Nacional à Estradas de Portugal, não entende a pressa do Governo.
«A Estradas de Portugal é uma trapalhada legal e até constitucional, uma falta de clareza orçamental, um assunto polémico que é o centro de discussão deste orçamento. Porque é que o governo em vez de esclarecer tudo isto, tem tanta pressa para anunciar quem dirige uma empresa que não se sabe o que vai ser», critica o bloquista.
Francisco Louçã diz ainda que a nomeação de Almerindo Marques será mais um facto para o ministro Mário Lino explicar quando for ao parlamento.