portugal

CDS, PCP e BE temem «pactite»

CDS-PP, PCP e BE criticaram, esta quarta-feira, na Assembleia da República o acordo ontem alcançado entre PS e PSD para a revisão da lei eleitoral autárquica. Nuno Melo deu voz à crítica do CDS à «pactite aguda». BE e PCP consideram que socialistas e sociais-democratas pretendem reduzir a representação política.

Nuno Melo deu voz à crítica do CDS à «pactite aguda», como lhe chamou, entre PS e PSD, depois das promessas de Luís Filipe Menezes em sentido contrário.

«Há dois meses não havia mais pactos entre o PS e o PSD e agora não vemos outra coisa», salientou Nuno Melo.

Em defesa do PSD, Santana Lopes lançou uma dúvida: «Eu olho para a bancada do CDS e vejo as mesmas pessoas que negociaram comigo exactamente estas matérias com o PS, quando negociávamos quer o pacto eleitoral, que não é pacto, é acordo eleitoral para as autarquias, quer para a Assembleia da República».

O líder da bancada parlamentar social-democrata deixou ainda outra questão: «Gostava de saber como se chamam os acordos sobre propostas de orçamento entre o PS e o CDS? Será bloco lateral?»

Não é pacto, é acordo, diz Santana Lopes. Trata-se do mesmo, responde o democrata-cristão Nuno Melo.

«O que está em causa não são conversas, são mesmo pactos, anunciados como tal ao país», disse.

O Bloco de Esquerda também se sente lesado com o acordo PS/PSD.

«É entenderem-se à custa de terceiros, é fatiar a democracia representativa permitindo de uma forma artificial aumentar, multiplicar mandatos com o menor número de votos, prejudicando o direito de representação de outras correntes com menor expressão eleitoral», defendeu Luís Fazenda.

António Filipe, do PCP, traça o paralelo entre a lei eleitoral e o fim da monarquia.

«Este acordo entre o PS e o PSD faz-nos recear muito seriamente que o regime democrático português do século XXI venha a ficar marcado por ignóbeis porcarias para repartirem entre si o exclusivo do regime», afirmou.

Pelo PS, Ricardo Rodrigues, tentou deitar água na fervura das oposições.

«A constituição será cumprida, a proporcionalidade, o direito das minorias vão ser cumpridos», realçou.

Mas os chamados pequenos partidos, CDS, PCP e BE mantêm intactas as dúvidas.

Redação