A uma semana do início das negociações com os parceiros sociais sobre a proposta para a actualização do salário mínimo nacional o Governo mantém o segredo sobre esta proposta.
Confrontado esta quinta-feira pelo PCP, o Executivo manteve a versão inicial. Só na primeira reunião vai revelar qual é a proposta sobre a actualização do salário mínimo nacional.
Bernardino Soares, líder parlamentar dos comunistas, desafiou sem êxito o Executivo a abrir o jogo: «A única forma aceitável, politica e socialmente honesta de concretizar um acordo que diz que em 2009 é 450 é dizer que em 2008 é metade do aumento que é preciso fazer até àquela data. Se isso não acontecer o Governo e o patronato ficam a dever salário mínimo aos trabalhadores».
Em 2011 o valor deverá atingir os 500 euros. Contas feitas a oposição defende um aumento de 5,3 por cento, ou seja, de 426,5 euros.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, limita-se a garantir um aumento acima dos 2,1 por cento previstos para a inflação.
«O Governo apresentará à comissão permanente da concertação social nas próximas semanas uma proposta que significa estar em linha com os compromissos celebrados em Dezembro de 2006 e que representará um aumento muito superior à taxa de inflação prevista para 2008», afirmou.
Entre os 2,1 por cento previstos para a inflação e a média traçada pela oposição de 5,3 por cento vai o aumento da incerteza sobre o valor do aumento do salário mínimo nacional para 2008.