Francisco Louçã considera que o acordo entre o PS e o PSD sobre a lei eleitoral autárquica é «uma batota». O dirigente do Bloco de Esquerda, no encerramento das jornadas autárquicas do partido, disse que com esta lei os partidos mais pequenos ficam a perder.
Mesmo sem conhecer uma única linha do acordo entre PS e PSD, Francisco Louçã não tem dúvidas: esta contra, é uma vigarice, e por isso vai usar todos os meios para impedir o acordo.
«Todos os meios são necessários para impedir a batota eleitoral. O Tribunal Constitucional lá estará para dizer se acha certo ou errado que, maiorias não formadas pelos eleitores, possam ser arbitrariamente atribuídas por um truque deste tipo», salientou.
Louçã diz que esta lei pretende fazer com que seja «possível distorcer, viciar a conversão de votos em mandatos, fazendo com que alguns votos valham menos e outros valham mais».
Depois de agredir o acordo, Francisco Louçã defendeu uma maior capacidade das assembleia municipais na fiscalização das câmaras, que é precisamente um dos poucos pontos que se conhece da proposta do PS e do PSD, que deverá ser aprovada em Janeiro.
Quanto a Lisboa, Francisco Louçã fez questão de criticar a oposição do PSD à contracção de um empréstimo pela Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito dos planos de saneamento financeiro da autarquia.
«É extraordinário que um partido que tem 15 por cento dos votos nas últimas eleições, que é o PSD, acha que, porque tem administrativamente uma maioria passada, que teve medo de ir a eleições, e por isso pode utilizar uma maioria falsa para conseguir impedir que se paguem as contas que eles próprios criaram», disse Francisco Louçã, referindo-se à situação da CML.