O presidente da Câmara de Lisboa convocou uma reunião extraordinária para discutir uma proposta avançada pelo PSD na Assembleia Municipal para um empréstimo de 400 milhões de euros, menos 100 milhões do que o valor aprovado pela autarquia. Tudo indica que será possível chegar a acordo. A crise política à vista na autarquia poderá assim ficar resolvida.
Após uma interrupção dos trabalhos da Assembleia Municipal para os sociais-democratas se reunirem, o vice-presidente da bancada do PSD, Jorge Penedo, anunciou que estes deputados concordaram com a proposta de empréstimo de 400 milhões de euros.
O presidente da Câmara, António Costa (PS), convocou de imediato uma reunião extraordinária do executivo, que teve início cerca das 18:40 no edifício da Assembleia Municipal de Lisboa, estando os trabalhos deste órgão suspensos.
O presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Domingos Pires (PSD), retomou, esta terça-feira, a ideia que já tinha sido avançada pelo líder da bancada social-democrata, Saldanha Serra.
Há cerca de 15 dias este último responsável defendeu a contratação de um empréstimo de 360 milhões de euros, acrescido de 40 milhões de euros de modo a compensar eventuais perdas de receita para a Câmara de Lisboa por não ter sido aprovado o imposto municipal sobre imóveis (IMI) no valor máximo.
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, após esta intervenção, questionou se esta seria a posição oficial do PSD para saber se podia pedir a suspensão da reunião da Assembleia Municipal de Lisboa e convocar uma reunião extraordinária do executivo camarário para discutir essa proposta.
O vice-presidente da bancada do PSD, Jorge Penedo (o líder da bancada, Saldanha Serra, está ausente do país) pediu depois a interrupção dos trabalhos, que foi concedida pela presidente da AML, Paula Teixeira da Cruz.
Esta proposta social-democrata defende a contratação de um empréstimo 100 milhões de euros inferior ao aprovado em reunião de câmara na semana passada, sendo ainda uma solução diferente da apresentada segunda-feira pelo líder da distrital de Lisboa do PSD, Carlos Carreiras.
A proposta alternativa avançada segunda-feira implicaria a contracção de um empréstimo de 143 milhões de euros para «pagamento imediato a todos os fornecedores com dívidas inferiores a três milhões de euros».
Previa ainda a constituição de um «fundo de reestrutução municipal» de 357 milhões de euros, incluindo outro empréstimo de 57 milhões de euros, venda de património e participações da câmara até 250 milhões de euros, e um plano de poupança orçamental de 50 milhões de euros.