Os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovaram por maioria a contratação de um empréstimo de 400 milhões de euros, menos 100 milhões que a proposta aprovada na semana passada pela autarquia.
A nova proposta, apresentada esta terça-feira pela bancada municipal do PSD e ratificada pelo executivo camarário numa reunião extraordinária, contou com os votos favoráveis das bancadas do PS, PCP, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista «Os Verdes».
Os deputados sociais-democratas, que detêm a maioria naquele órgão, e o CDS/PP, optaram pela abstenção.
À proposta aprovada foi associada uma recomendação para que o plano de empréstimo seja ratificado na próxima reunião do executivo camarário.
Os socialistas e o presidente da Câmara concordaram com esta proposta, mas António Costa avisa que esta é uma solução de risco.
«É uma proposta que permite o pagamento imediato dos 360 milhões de dívidas a curto prazo já liquidados, mas não garante o pagamento da totalidade da dívida provisionada que consta do relatório e contas», afirmou.
Por sua vez, o socialista Miguel Coelho frisou o facto dos sociais-democratas, autores da proposta aprovada pela Assembleia Municipal, terem optado pela abstenção.
«Acabámos de assistir a algo de delicioso que foi o PSD abster-se na sua própria proposta. Isto demonstra duas coisas: a estratégia da direcção nacional social-democrata saiu derrotada», disse.
António Costa defendeu durante a reunião da Assembleia Municipal que a viabilização do empréstimo só foi possível porque os deputados do PSD não embarcaram naquilo que o presidente da autarquia qualificou de «aventureirismo irresponsável» do líder social-democrata, Luis Filipe Menezes.