O ministro da Administração Interna considera que o tráfico de pessoas está a substituir o da droga. Em entrevista ao programa da TSF e DN, Discurso Directo, Rui Pereira garantiu, no entanto, que a criminalidade em geral não está a aumentar.
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, admite que o tráfico de pessoas está a substituir o da droga, embora garanta que a criminalidade em geral não está a aumentar em Portugal.
Em entrevista ao programa Discurso Directo, da TSF e DN, Rui Pereira diz que, apesar da criminalidade não estar a aumentar, «há sinais que nos devem levar a reflectir e a agir, sinais que se relacionam com o surgimento de um novo fenómeno ao qual se deve dar uma reposta internacional: o tráfico de pessoas».
Segundo o ministro da Administração Interna, o tráfico de pessoas está agora a ocupar o espaço de delinquência que antes era exclusivo de tráfico de droga. Para Rui Pereira, o desenvolvimento do fenómeno do tráfico de pessoas prende-se com o facto de «haver mercados de recrutamento muito vastos depois da queda do muro de Berlim».
Sobre a reorganização das polícias, o ministro defendeu que não há atrasos no processo e lembrou os cerca de 900 agentes recém formados que vão reforçar o dispositivo a PSP:
Na entrevista, Rui Pereira comentou novamente as críticas do inspector-geral da Administração Interna, Clemente Lima, à actuação das forças de segurança.
Recorde-se que António Clemente Lima afirmou, numa entrevista ao jornal Expresso que «há muita impertinência, intolerância, impaciência da parte da polícia» no «atendimento ao cidadão», que, a seu ver, é sinal de «incompetência».
Na entrevista à TSF e DN, Rui Pereira reiterou a confiança nas «mulheres e homens que, muitas vezes com heroísmo, servem as polícias», salientando que «qualquer conduta imprópria é excepção».
Questionado sobre se confia em Clemente Lima e se está à procura de outro desembargador, o ministro explicou que «enquanto o inspector-geral desenvolver a sua actividade inspectiva de forma equilibrada, compreendendo as missões das forças de segurança, continuará no exercício de funções».