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BE defende aprovação de leis urgentes

O deputado bloquista Francisco Louçã defendeu, esta segunda-feira, a aprovação urgente de leis contra a corrupção, considerando que é a via mais fácil para «apanhar os mafiosos» e combater a criminalidade organizada.

«É muito mais fácil apanhar um mafioso pela investigação do dinheiro sujo do que pela denúncia», afirmou Louçã, sustentando que «a sexta morte nos conflitos de 'gangs' do Porto são um alerta para um problema de criminalidade extremamente grave».

Em conferência de imprensa no Parlamento, o deputado do BE considerou que cabe às forças de segurança dizerem se têm ou não os meios necessários à investigação e à prevenção da criminalidade violenta, frisando que o governo deve assegurar aqueles meios.

Para Francisco Louçã, os crimes na noite do Porto são «um caso excepcional e têm que ser tratados como tal».

«Sobre isso, a polícia terá que responder. Se não tem os meios necessários, tem que dizer ao país que não tem os meios necessários», afirmou.

Para além dos meios, frisou, a Assembleia da República deve avançar rapidamente na aprovação das leis de combate à corrupção.

«É preciso apanhar os criminosos com a mão no gatilho e é preciso apanhar os criminosos com a mão na massa», afirmou Louçã, considerando que «em Portugal há instrumentos deficitários no combate ao crime com motivações económicas».

Um segurança foi assassinado ao final da noite de domingo em Gaia. O crime ocorreu doze dias depois de um outro segurança ter sido abatido na zona ribeirinha da Alfândega.

Entre os seis assassínios ocorridos no Grande Porto nos últimos seis meses, o caso mais mediático foi o do empresário Aurélio Palha, dono da discoteca Chic, abatido a tiro a partir de um carro em andamento.

«Há um atraso lamentável a respeito das leis do combate à corrupção. Passaram mais de seis meses e não há resposta em relação ao branqueamento de capitais, ao narcotráfico e à corrupção», criticou Francisco Louçã.

O deputado bloquista referia-se aos projectos de lei de combate à corrupção aprovados na generalidade há seis meses no Parlamento.

Há cerca de um mês, a comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais decidiu criar um grupo de trabalho só sobre essa matéria, que ainda não se reuniu, disse Louçã.