O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai debater, esta sexta-feira, o futuro do Kosovo. Os 15 países podem dar o primeiro passo para a independência incondicional da província que há seis anos foi palco de um conflito étnico entre sérvios e albaneses.
A ONU deverá avaliar a situação no Kosovo, que administra desde o fim da guerra, após uma intervenção militar da NATO, em 1999.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, vai anunciar perante o Conselho de Segurança a intenção das Nações Unidas de fazer um balanço geral, durante o Verão, sobre o respeito das autoridades kosovares das normas democráticas, como os direitos humanos ou a liberdade de expressão.
O embaixador português em Belgrado, Paulo Tiago da Silva, considera que ainda é cedo para falar de independência já que a situação na província não está totalmente normalizada.
«A situação neste momento no Kosovo é muito melhor do que era há uns tempos, de qualquer forma continua a ser um foco de tensões e está muito longe de ter uma solução próxima, aliás, não há nenhum dos intervenientes que tenha uma solução preparada no que respeita ao futuro», alertou o embaixador.
O Conselho de Segurança da ONU deve aprovar o pedido de Kofi Annan para que seja enviado um representante de modo a elaborar o relatório sobre a situação no Kosovo.
Será este responsável a decidir, posteriormente, se está na hora de iniciar negociações com Pristina e Belgrado sobre o futuro da província.
Um balanço positivo abrirá a via para que o estatuto final do Kosovo seja a independência, como quer a população albanesa, que representa 90 por cento.
Em caso das conclusões serem negativas o Kosovo ficará como está actualmente e como pretende Belgrado, ou seja, uma província da Sérvia-Montenegro.