O Parlamento Europeu vai realizar na próxima quarta-feira, em Estrasburgo, um debate extraordinário para analisar as eventuais consequências para o projecto europeu da recusa da Constituição europeia em França e na Holanda.
A conferência de líderes de todos os grupos políticos do Parlamento Europeu tomou, esta quinta-feira, a decisão durante uma reunião com o presidente da Comissão Europeia, em Bruxelas.
À saída deste encontro, Durão Barroso renovou o apelo, implicitamente dirigido ao Reino Unido, contra qualquer «decisão unilateral» de um Estado membro da UE de suspender a ratificação da Constituição, após o "não" da França e da Holanda.
Durão Barroso lembrou ainda que os 25 Estados membros assinaram o Tratado Constitucional e «se houver um problema, também terá de ser resolvido colectivamente».
«É necessário respeitar todos aqueles que disseram 'sim' à Constituição Europeia, como os espanhóis, pois já 10 países aceitaram» o documento, contra dois que o rejeitaram, insistiu.
O Presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrell, confirmou, por seu lado, o «compromisso» de todos os grupos políticos de «continuar a avançar com o processo de ratificação do Tratado Constitucional».
Entretanto, o primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende, disse esta quinta-feira que rejeição maciça da Constituição europeia no referendo de quarta-feira «não é contra a Europa, mas mostra que há dúvidas dos holandeses em relação a todo o projecto».
«As pessoas questionam-se sobre o que irá suceder à sua soberania e à sua identidade», acrescentou.
Os eleitores holandeses recusaram o projecto de Tratado constitucional da UE com 61,6 por cento dos votos, ignorando os apelos da imensa maioria dos partidos políticos, das organizações sindicais e das ONG.