O chefe da diplomacia britânica confirmou, esta segunda-feira, na Câmara dos Comuns a suspensão do referendo à Constituição Europeia no Reino Unido, previsto para a Primavera de 2006.
Jack Straw anunciou, na Câmara baixa do Parlamento, que renunciou fixar uma data para discutir com os deputados o projecto de lei que abriria a via referendária do Tratado.
Todavia, admitiu que, «se as circunstâncias mudarem», poderá vir a apresentar o projecto de lei em causa aos parlamentares.
«De momento, não há razões para actuar nesse sentido», indicou o chefe do "Foreign Office".
A 24 de Maio, o governo britânico tinha apresentado ao Parlamento um projecto de lei que visava a realização do referendo, agendado para o primeiro semestre de 2006.
O duplo "não" francês e holandês, a 29 de Maio e 01 de Junho, respectivamente, tornou mais difícil a tarefa do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, de convencer os eleitores fortemente eurocépticos, dos quais 72 por cento, segunda a última sondagem, pretendiam votar "não".
A decisão da Grã-Bretanha de suspender o processo poderá induzir outros países, como a Irlanda, Dinamarca ou a República Checa a fazerem o mesmo, apesar dos apelos de Paris e Berlim para o prosseguimento das ratificações.