António Guterres está honrado por ser Alto Comissário da ONU para os Refugiados. O ex-primeiro-ministro, que toma posse esta quarta-feira, lembra que há muito a fazer no mundo, mas é o continente africano que está no topo das suas preocupações.
António Guterres considerou que é um «privilégio e uma enorme sorte» poder assumir a partir desta quarta-feira o cargo de Alto Comissário da ONU para os Refugiados.
«É um privilégio e uma enorme poder nesta fase da minha vida poder, de acordo com a parábola do Evangelho, pôr a render os muitos talentos que recebi e em relação aos quais não tenho qualquer mérito em nome dos que em mais dramática situação se encontram no mundo», explicou o ex-primeiro-ministro à TSF.
Apesar de reconhecer que existem problemas em todo o lado, Guterres coloca no topo das suas preocupações o continente africano, «o mais dramaticamente atingido pelo flagelo dos refugiados».
«Mas, para além do continente africano, do Afeganistão à Colômbia, passando por algumas dificuldades crescentes que tem havido em termos de concessão do asilo em países desenvolvidos e que é necessário combater há por todo o lado tanta coisa que fazer que é difícil ter prioridades», acrescentou.
Já em Genebra, Guterres mostrou-se preocupado com a falta de meios da organização para o apoio aos refugiados em África e noutros continenetes.
O novo alto comissário disse que ainda que tudo fará para corrigir as «restrições em matéria de asilo e que são injustificadas», apesar das «preocupações legítimas de segurança desde o 11 de Setembro».
Guterres tem já a sua primeira viagem para o estrangeiro marcada para o próximo fim-de-semana, tendo escolhido visitar o Uganda.
O Alto Comissário vai mesmo passar a noite no campo de refugiados do Uganda, um dos países com maior concentração de refugiados.
O ex-líder da Internacional Socialista, que assume o cargo dias antes do Dia Mundial do Refugiado, foi nomeado para o cargo a 24 de Maio para um mandato de cinco anos à frente deste Alto Comissariado sediado em Genebra.
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, que tem um orçamento anual de cerca de mil milhões de dólares anuais e seis mil funcionários a seu cargo, foi criada a 14 de Dezembro de 1950 e já ajudou mais de 50 milhões de pessoas.