As eleições regionais na Galiza, região do noroeste da Espanha, decorrem este domingo, e são encaradas como um teste político para a direita espanhola.
Esta votação poderá conduzir, de acordo com as sondagens, a uma derrota histórica dos conservadores do Partido Popular (PP) liderados localmente por Manuel Fraga Iribarne, 82 anos, antigo ministro de Franco, e a uma coligação inédita entre socialistas e nacionalistas.
O presidente do PP, Mariano Rajoy, sucessor na liderança do partido do antigo chefe do governo espanhol José Maria Aznar, envolveu-se muito fortemente nos últimos dias de campanha.
Se o PP galego perder, também Rajoy perde, admitiu este recentemente, ele próprio galego.
Um dos últimos inquéritos de opinião, do Instituto Opina para a rádio Cadena Ser, creditava segunda-feira ao PP liderado por Fraga 42 por cento das intenções de voto e de 34 a 36 lugares, contra os seus actuais 41 num total de 75 assentos de deputados no parlamento regional.
Os socialistas dirigidos por Emilio Perez Tourino obteriam 35 por cento dos votos e de 25 a 26 lugares (17 actualmente) e estariam em posição de dirigir um governo de coligação formado com os nacionalistas do BNG, que perderiam dois deputados, para passar a 15 lugares e 19 por cento dos votos.
A frente anti-conservadora espera ver concretizar-se a vaga de mobilização de cidadãos nascida em 2002 contra a má gestão do naufrágio do petroleiro Prestige, a pior catástrofe ecológica conhecida pela Espanha, que suscitou na Galiza manifestações de uma amplitude sem precedentes.
Apostado em evitar que Fraga termine a carreira política com uma derrota, aos 82 anos, Mariano Rajoy, líder nacional do PP, instalou-se na Galiza nesta fase pré-eleitoral e participou activamente nas acções da campanha eleitoral.
Nas suas intervenções, agitou o fantasma da "ameaça" de um Plano Ibarretxe (a proposta de cariz independentista para o País Basco) que representa a eventual eleição de um governo regional de esquerda.
O líder nacional dos socialistas e primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, também foi à Galiza apoiar o candidato socialista, tendo participado em quatro comícios, em que fez duras críticas a Fraga ao recordar o seu passado franquista e recordando o incidente com o petroleiro Prestige.