A calma regressou à cidade de Bissau onde esta sexta-feira de manhã se registaram confrontos entre a polícia e manifestantes afectos a Kumba Ialá, de que resultaram três mortos, cinco feridos e 12 detidos.
A vida voltou à normalidade nas ruas da capital guineense, embora seja de assinalar um maior aparato de forças de segurança em algumas artérias.
É o caso da Avenida Amílcar Cabral, que liga o centro de Bissau à sede da Comissão Nacional de Eleições (CNE) na praça Mártires de Pindjiguiti, onde é visível um forte cordão de segurança.
Na mesma avenida fica também a residência particular do actual presidente interino da Guiné-Bissau, Henrique Rosa, que ainda não se pronunciou sobre os incidentes registados quase à sua porta.
Quanto ao comércio, algumas lojas abriram, enquanto outras se mantêm encerradas.
No Hospital Simão Mendes, a principal unidade sanitária do país, há mais movimentação, com as visitas de familiares aos manifestantes feridos, ali hospitalizados.
Devido à grande afluência, a direcção do Simão Mendes mandou encerrar o portão que dá acesso ao banco de urgência do hospital.
Entretanto, nas principais unidades militares de Bissau o ambiente é de calma, enquanto na residência de Kumba Ialá, a Lusa foi informada que este não prestava declarações aos jornalistas devido ao «clima de tensão» que se vive em Bissau.
Na sede do Partido da Renovação Social (PRS), que apoiou a candidatura de Kumba Ialá nas presidenciais do domingo passado, cerca de três dezenas de jovens encontram-se junto das portas do edifício, ouvindo notícias através de pequenos transístores.
PRS condena actuação «desproporcional» da polícia
Entretanto, o Partido da Renovação Social (PRS) condenou a intervenção da polícia contra manifestantes afectos a Kumba Ialá, sublinhando que a resposta das forças de segurança «foi desproporcional à manifestação» e representa um «mau sinal para a democracia».