No dia em que Moçambique comemora 30 anos de independência, o presidente do país, Armando Guebuza, apelou à continuação do combate à pobreza absoluta no país e ao fomento da auto-estima dos moçambicanos.
«Ontem, era a luta contra a dominação estrangeira e a luta para se instaurar a paz», recordou, numa alusão à dominação colonial portuguesa e à guerra civil que se seguiu entre a FRELIMO e RENAMO.
«Hoje, a nossa grande batalha é a continuação da luta contra a pobreza. Ainda temos crianças sem acesso à educação e jovens que não conseguem transitar para os níveis seguintes de ensino, nem todos os cidadão têm acesso aos cuidados de saúde e a fontes de água potável»,
disse Armando Guebuza, em Maputo, na cerimónia central de comemoração do 30º aniversário da independência.
O desemprego e o custo de vida, o crime e a reduzida capacidade de combater as calamidades naturais foram igualmente apontados por Guebuza como factores de pobreza e de insucesso.
«Queremos reiterar que a nossa accão neste quinquénio vai igualmente incidir sobre os moçambicanos para os encorajar a mudar de atitude, a aumentar a sua auto-estima e a confiar na sua capacidade de realização», adiantou, pedindo que se usem «as celebrações para reforçar a convicção de que unidos» os moçambicanos vencerão a pobreza em Moçambique.
Armando Guebuza assinalou os êxitos obtidos pelo país em 30 anos de independência, apesar da «reorientação de esforços para a defesa» na guerra civil entre 1976 e 1992.
«Nos últimos cinco anos o índice de pobreza desceu para 54 por cento, alargámos a rede de abastecimento de água potável, elevámos de forma significativa o número de moçambicanos que beneficiam de energia eléctrica, melhorámos e expandimos as vias de acesso reduzindo os tempos de viagem», exemplificou Guebuza.
Antes do discurso presidencial, foram proferidas orações de graças por elementos das comunidades cristã, hindu e mulçulmana.
Representantes de diversos sectores, antigos combatentes, jornalistas, mulheres, juventude, entre outros, divulgaram mensagens de saudação.
Entre os convidados estrangeiros, encontravam-se os presidentes do Botsuana, Festus Mogae, Namíbia, Hifikepunye Pohamba, Tanzânia, Benjamim Mkapa, e de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, a vice-presidente da África do Sul e o vice-presidente do Zimbabué.
Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, em representação do Presidente Jorge Sampaio, e o ex-chefe de Estado de Portugal, Mário Soares, bem como o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Ramos-Horta, estiveram igualmente na bancada de honra.