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Ataques no aniversário da passagem de poder

O primeiro aniversário da passagem de poder para os iraquianos ficou marcado, esta terça-feira, por vários atentados que espalharam mais uma vez a morte. A TSF ouviu o embaixador português em Bagdad que considera cedo para falar na saída das tropas estrangeiras do Iraque.

O decano do parlamento iraquiano, Dhari al-Fayyad, de 87 anos, foi esta terça-feira morto juntamente com o filho e três guardas num atentado cometido com veículo armadilhado, em Bagdad. O automóvel conduzido por um bombista suicida explodiu contra a coluna de dois automóveis em que seguiam.

Ainda na capital, um polícia foi morto por dois homens armados que fugiram, segundo o Ministério do Interior.

A norte de Bagdad, o chefe da polícia de trânsito de Kirkuk, general curdo Talar Abdallah, escapou ileso a um atentado cometido com carro armadilhado. Um civil morreu e três guardas ficaram feridos no ataque.

Em Samarra, a 125 quilómetros de Bagdad, seis membros da segurança iraquiana foram mortos em três ataques, de acordo com fontes militares.

Ainda a norte, a 100 quilómetros de Bagdad, na base de Balad, um ataque suicida matou hoje um soldado norte-americano e feriu outro, ambos da "Task Force Liberty", segundo um comunicado do comando militar.

A 75 quilómetros a sul de Bagdad, um polícia foi morto e 17 pessoas ficaram feridas, entre as quais quatro agentes da ordem, quando um terrorista suicida fez explodir uma bomba no hospital de Mussayyeb.

A instabilidade que se vive ainda no Iraque impede as tropas estrangeiras de abandonarem o país. Os Estados Unidos não colocam para já essa possibilidade.

O embaixador português em Bagdad considera que ainda é cedo para falar nessa questão. Francisco Falcão Machado defende que se a saída acontecesse agora, o Iraque poderia cair numa guerra civil.

«As forças iraquianas, não só de segurança, mas as próprias forças armadas, estão ainda num processo de construção e consolidação, abandoná-las seria muito perigoso», disse o embaixador.

«Sair neste momento do Iraque representa uma elevadíssima probabilidade de rebentar uma guerra civil imediatamente, que iria provocar estragos, danos imensos no país e sobretudo seria muito difícil de controlar, poderia durar muitos anos», acrescentou.

Esta terça-feira assinala-se o primeiro aniversário da entrega de poder aos iraquianos.

Redação