A Rússia, a França e a Alemanha pronunciaram-se, este domingo, a favor de que o Grupo dos Oito (G8) aprove na próxima semana um amplo programa de ajudas aos países africanos, segundo declaração conjunta dos líderes dos três países.
O russo Vladimir Putin, o francês Jacques Chirac e o alemão Gerhard Schroeder fizeram a declaração numa conferência de imprensa realizada após um encontro informal, que teve lugar no enclave báltico russo de Kalininegrado.
«Defendemos há algum tempo a melhoria da situação em África e propomos um financiamento adicional, com elementos novos», afirmou Chirac depois de assinalar que o problema da pobreza será um dos assuntos centrais na cimeira do G8, juntamente com o protocolo de Quioto.
Os líderes dos países do Grupo dos Oito - que integra além de Rússia, França e Alemanha, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a Itália, o Canadá e o Japão - vão estar reunidos entre os dias 06 e 08 de Julho, em Gleneagles, na Escócia.
Schroeder confirmou que o G8 se propõe a «continuar o trabalho para perdoar as dívidas» dos países africanos mais pobres.
Vladminir Putin indicou que a Rússia «desde logo apoiará as iniciativas de ajuda aos países mais pobres», pois Moscovo já aceitou a proposta para perdoar as dívidas àqueles estados.
Outro tema relevante que estará em cima da mesa na reunião do G8 será o protocolo de Quioto, sobre a redução dos gases poluentes.
Sobre este assunto, Chirac expressou a esperança de que haja acordo, apesar de ter admitido que pode não ser aprovada nenhum resolução devido à possível resistência dos Estados Unidos, único país dos Oito que não assinou este acordo internacional.
O presidente russo disse que a entrada em vigor do protocolo, para a qual foi crucial a ratificação pela Rússia, é fruto do trabalho conjunto de três países e prometeu que Moscovo ponderará a possibilidade de não abandonar o tratado na sua próxima etapa, depois de 2012.
Vladimir Putin acrescentou ainda que o seu país, que assume a presidência rotativa do G8 em 2006 e que é um importante exportador de combustíveis, propõe dar prioridade ao problema da «segurança energética», crucial para as potências económicas mais importantes.