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Srebrenica, 10 anos depois

A Bósnia Herzegovina assinala, esta segunda-feira, o 10º aniversário do massacre cometido em 1995 pelas forças sérvias contra os muçulmanos, em Srebrenica, e que é considerado, até aos dias de hoje, como o pior massacre cometido na Europa depois da IIª Guerra Mundial.

Milhares de muçulmanos da Bósnia dirigem-se, esta segunda-feira, para Srebrenica, para participar nas cerimónias que marcam o 10 aniversário do massacre cometido em 1995, pelas forças sérvias, onde cerca de 8 mil muçulmanos foram sumariamente executados.

Cerca de 50 mil pessoas são esperadas na cerimónia de hoje, no decorrer da qual 610 corpos de vítimas identificadas, com idades entre 14 e 75 anos, serão sepultados em Potocari, o cemitério comemorativo construído à entrada de Srebrenica.

Desde 2003, data da criação deste cemitério, mais de 1300 vítimas identificadas foram sepultadas.

A cerimónia está a ser acompanhada de fortes medidas de segurança, depois da polícia ter descoberto junto ao local, na semana passada, 35 quilogramas de explosivos no local.

O presidente sérvio, Boris Tadic, que deverá ser o primeiro chefe de Estado da Sérvia a assistir às cerimónias para assinalar o massacre de Srebrenica, afirmou domingo querer prestar homenagem às vítimas, para demonstrar que o seu país desaprova este crime.

Também presentes na cerimónia estarão os ministros dos Negócios Estrangeiros britânico, holandês e francês, bem como o comissário europeu para o Alargamento.

Ausente desta cerimónia estará Carla del Ponte, a procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI) para os crimes na antiga Jugoslávia, como forma de protesto pela não detenção dos dois homens dados como responsáveis máximos pelo massacre: Radovan Karadzic e Ratko Mladic, os ex-chefes político e militar dos sérvios da Bósnia.

A 11 de Julho de 1995, e nos dias seguintes, cerca de 8 mil muçulmanos e croatas foram executados pelas forças sérvias que tomaram de assalto o enclave de Srebrenica que, até então, estava sob protecção das tropas holandesas ao serviço das Nações Unidas.

As vítimas foram depois enterradas em valas comuns um pouco por toda a região. O massacre foi levado a cabo alguns meses antes do fim da guerra na Bósnia (1992-1995).

Redação