Cerca de 50 mil pessoas estão, esta segunda-feira, reunidas no cemitério de Potocari, na Bósnia, para assinalar o 10º aniversário do massacre de Srebrenica. Entre discursos oficiais e a memória dos que ficaram, o branco e o verde são as cores de uma cerimónia marcada pela lembrança das vítimas.
No cemitério de Potocari, em Srebrenica, o branco e o verde são as cores dominantes da cerimónia que decorre esta segunda-feira em homenagem às vítimas do massacre ocorrido há 10 anos, levado a cabo pelas forças sérvias.
O branco é visível nos lenços das viúvas e mães dos homens e crianças mortos. O verde é dos caixões de 610 vítimas do massacre que só recentemente foram identificadas e apenas hoje vão a enterrar.
Presente na cerimónia, o presidente sérvio, Boris Tadic, confessou que o mais difícil é enfrentar a verdade de que o massacre tenha sido cometido em nome da Sérvia.
No início da cerimónia ouviram-se cânticos muçulmanos ao que se seguiram os discursos dos vários representantes dos governos internacionais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jack Straw, leu uma mensagem do primeiro-ministro Tony Blair, na qual manifestou solidariedade ao povo da República Sérvia da Bósnia e lembrou que o luto, passados dez anos, não impede a lembrança dos acontecimentos.
Jack Straw admitiu, ainda , que a comunidade internacional nada fez para evitar o massacre, uma opinião partilhada também pelo antigo negociador norte-americano para a ex-Jugoslávia, Richard Hoolbrook.
Dez anos depois, os principais responsáveis pelo massacre, Radovan Karadzic e Ratko Mladic, os ex-chefes político e militar dos sérvios da Bósnia, ainda não foram presos.
Numa entrevista a um jornal sérvio, o presidente Boris Tadic manifestou a esperança de que Ratko Mladic possa ser capturado nos próximos dias.
Passados dez anos, o número de mortos do massacre de Srebrenica ainda não está contabilizado totalmente, mas estima-se que existam mais de sete mil cadáveres por identificar.
Para além disso, estima-se que existam ainda vinte valas comuns para destapar.