O ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, anunciou hoje que, após os atentados de Londres, a França activou a cláusula de salvaguarda do acordo de Schengen, que permite restabelecer temporariamente o controlo das fronteiras no interior da União Europeia.
«Se não reforçarmos o controlo no momento em que há 50 mortos em Londres, não sei quando o faremos», disse Sarkozy em conferência de imprensa à margem da reunião extraordinária do Conselho de ministros do Interior e da Justiça da UE.
«Existe uma cláusula nos acordos de Schengen que em circunstâncias como esta - e informando os nossos companheiros - nos permite reforçar o nosso controlo» fronteiriço, explicou o ministro.
A França decidiu restabelecer o controlo das fronteiras para reforçar a segurança após os atentados perpetrados na capital britânica, decisão que Sarkozy considerou «normal», dadas as circunstâncias.
A cláusula de salvaguarda é regularmente activada por ocasião de um acontecimento esperado, nomeadamente, uma cimeira política ou um evento desportivo.
O acordo de Schengen é um espaço de livre circulação para mais de 320 milhões de pessoas - um reflexo claro da ideia com que nasceu a UE e o símbolo de uma Europa que oferece liberdade, mas também segurança.
Sarkozy gera conflito diplomático
Num outro passo, Sarkozy, citando o seu homólogo britânico, Charles Clarke, indicou que alguns «bombistas suicidas», presumíveis autores dos atentados de 07 de Julho na capital britânica, já tinham sido «detidos na Primavera de 2004».
Uma declaração que o ministro Charles Clarke negou e reprovou salientando nunca ter dito a Sarkozy, nem a qualquer outro responsável, ou em qualquer outra circunstância, que responsáveis ligados aos atentados de Londres tivessem sido detidos.