Ao fim de 30 anos de conflito, o Governo indonésio e o Movimento Aceh Livre chegaram a um acordo. A paz alcançada em Helsínquia vai ser formalmente assinada a 15 de Agosto.
Os termos concretos do acordo são desconhecidos, mas tudo indica que se chegou a um consenso sobre a forma de governo de Aceh, a participação política e a economia do território, assim como questões dos direitos humanos, amnistia e reintegração dos guerrilheiros, assim como temas de segurança.
Não se sabe por exemplo se o governo indonésio aceitou modificar a lei eleitoral para autorizar a transformação do Movimento Aceh Livre num partido político provincial, o principal ponto de conflito entre as partes depois de o movimento ter renunciado publicamente à independência do território.
No entanto, o ministro da Informação indonésio, Sofyan Djalil, tinha declarado este domingo de manhã que o governo indonésio aceitou a conversão do movimento rebelde islâmico em força política.
A quinta ronda das negociações de paz para Aceh, uma província rica em petróleo, iniciada depois do maremoto do sueste asiático no passado mês de Dezembro, foi retomada na passada quarta-feira, sob grandes expectativas de um acordo definitivo.
Nos últimos 30 anos, desde que o Movimento Aceh Livre iniciou, em 1976, uma luta armada pela constituição de um estado muçulmano em Aceh independente de Jacarta, morreram no conflito perto de 15.000 pessoas.
A eurodeputada do PS Ana Gomes com quem a TSF conversou, esta tarde, mostra-se satisfeita com o acordo, mas tem algumas reservas, «porque tudo dependerá da aplicação» deste memorando.
Ana Gomes lembra ainda que já houve outros acordos a partir do ano 2000 sem sucesso. «Falharam porque foram minados sobretudo pelas forças armadas indonésias, mas também por sectores dos rebeldes que têm interesse materiais na continuação do conflito», acrescentou.
A eurodeputada está de partida para Banda Aceh. Os deputados de Estrasburgo vão visitar uma zona muito atingida pelos tsunamis que procura a paz depois de 30 anos de conflito.