No dia em que a Amnistia Internacional denuncia que no Nepal os direitos das crianças estão a ser violados, a ONU deve aprovar uma «lista negra» dos países que abusam de menores em tempo de guerra.
A Amnistia Internacional (AI) denuncia raptos, violações e assassínios de crianças no Nepal. A organização dos direitos humanos diz que as crianças estão a ser apanhadas pelo ciclo de violência que assola o país há quase dez anos.
Quer as tropas governamentais quer os grupos rebeldes são acusados pela AI de envolver as crianças na guerra civil que eclodiu no Nepal.
O conflito já fez mais de 12500 mortos e não poupa os inocentes. As crianças são recrutadas para pegar em armas e existem todo o tipo de violações dos seus direitos.
São arrancadas de casa para integrar as fileiras de combate, detidas em prisões, partilhando celas com adultos e muitas vezes acabam por ser torturadas.
A Amnistia Internacional revela ainda receber relatos de raparigas violadas pelas próprias forças de segurança.
Um general do exército do Nepal refuta a maior parte das acusações e garante que os direitos humanos são salvaguardados.
O militar garante também que qualquer soldado que esteja envolvido em casos de abuso de crianças será castigado, como já aconteceu com cerca de uma centena de militares.
Estas declarações não convencem as Nações Unidas. O Conselho de Segurança da ONU deverá adoptar, esta terça-feira, uma resolução com o objectivo de divulgar ao mundo a lista da vergonha.
Neste relatório devem estar identificados todos os países onde as crianças são mortas, violadas e recrutadas para actividades militares.