"Nino" Vieira venceu as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, a acreditar nos resultados provisórios divulgados esta quinta-feira. Antes desta divulgação, o porta-voz da candidatura do seu adversário Bacai Sanhá tinha dito que não ia aceitar os resultados.
João Bernardo “Nino” Vieira venceu a segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, pelo menos a acreditar nos resultados provisórios anunciados esta quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições do país.
Segundo estes resultados, o antigo presidente guineense, que esteve no poder entre 1980 e 1999, conseguiu 52,35 por cento dos votos, ao passo que o candidato apoiado pelo PAIGC Malam Bacai Sanhá ficou-se pelos 47,65 por cento.
Ainda de acordo com estes resultados, a afluência às urnas cifrou-se nos 78,55 por cento, menos quase dez pontos percentuais do que na primeira volta disputada a 19 de Junho.
Antes do anúncio destes resultados, o porta-voz da candidatura de Bacai Sanhá já tinha dito que iria rejeitar qualquer resultados destas eleições, alegando que a Comissão Nacional de Eleições tinha cometido algumas ilegalidades.
Em causa, estavam «fortes indícios de fraude» nas regiões de Bissau e Biombo, que tinham levado mesmo a um pedido de recontagem de votos por parte da candidatura de Bacai Sanhá.
«É intenção da CNE publicar os resultados, que se pretendem ser provisórios, da segunda volta sem a observância do prazo legalmente estabelecido na lei Eleitoral, uma vez que a nossa directoria havia formalmente solicitado a recontagem dos votos em Biombo e Bissau», afirmou Desejado Lima da Costa numa conferência de imprensa esta quinta-feira de madrugada.
Nessa conferência de imprensa, o porta-voz de Bacai Sanhá acusou ainda o presidente da CNE Malam Mané de ter entregue os resultados provisórios a organismos internacionais e às embaixadas antes de dar conhecimento aos candidatos.
Lima da Costa disse ainda que a vantagem de 15 mil votos dada a “Nino” Vieira «não coincide nem de perto nem de longe» com as somas através das actas síntese das urnas.
A confirmarem estes resultados, “Nino” Vieira torna-se o sexto presidente em 32 anos de independência da Guiné-Bissau, país que nos últimos dois anos tem vivido em graves convulsões políticas marcadas inclusivamente por um golpe de Estado.