mundo

«O meu vizinho é um terrorista»

Em Londres a denúncia de portugueses levou a polícia inglesa à casa de um homem sobre o qual recaem fortes indícios de práticas terroristas.

Quando a família Xavier viu na televisão a fotografia do suspeito, reconheceu o vizinho e ligou para a Scotland Yard.

Pouco depois a polícia isolou a zona, onde muitos portugueses vivem. Os momentos foram de inquietação na comunidade portuguesa de Stockwell.

«Pior é impossível», diziam os imigrantes portugueses há uma semana depois de assistirem aos segundos atentados terroristas na cidade de Londres.

Nunca imaginariam que a situação ainda podia piorar mais e em tão pouco tempo.

Na quarta-feira à noite quando a polícia revelou a foto de um dos terroristas que continuam desaparecidos suspeitaram que se tratava de um vizinho.

«Arrepiante», afirmaram à TSF muitos portugueses. Em Stockwell, onde tudo aconteceu, vivem cerca de 32 mil imigrantes.

No local onde polícia cercou o condomínio, onde habitava o presumível terrorista, vivem mais de 30 famílias portuguesas.

Quem assistiu ao momento, como Margarida Xavier, nunca mais se vai esquecer do que viu. «De repente a polícia chegou com metralhadoras viradas para nós a dizer 'Fujam! Rápido! Rápido!'»

O pânico passou quando a situação ficou controlada quase duas horas depois, mas como tudo indica que os portugueses não se enganaram e um dos terroristas é mesmo vizinho, os polícias e as metralhadoras continuam no local.

Como resume Pedro, o filho de Margarida, só há uma comparação possível para tudo isto: «Faz lembrar uma cena de guerra, que assistimos apenas nos filmes e nas notícias, mas agora está aqui à nossa porta e uma pessoa não sabe o que há-de fazer».

Para o mal de todos é o terror que leva a melhor.

Entretanto um britânico de origem paquistanesa que se suspeita ser o cérebro dos atentados de 07 de Julho, em Londres, foi detido na Zâmbia, anunciou na quinta-feira a cadeia de televisão CNN.

Actualmente decorrem negociações internacionais para decidir qual o país que interrogará Haroon Aswat, de 31 anos, que terá realizado uma vintena de telefonemas para os bombistas suicidas nos dias anteriores àqueles ataques.

Redação