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Irão retoma produção

O Irão anunciou, esta segunda-feira, que vaio retomar a sua produção nuclear. A União Europeia já reagiu afirmando que qualquer decisão nesse sentido pode prejudicar as negociações em curso.

O Irão anunciou, esta segunda-feira, que vai retomar os trabalhos na central nuclear de Isfahan, encerrada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) em 2004, cuja ocupação principal passava pela conversação de urânio.

Numa carta enviada à AIEA, o governo de Teerão explica que ordenou que fossem arrancados os selos de segurança colocados na fábrica pela AIEA e que os trabalhos fossem retomados, mesmo com a presença dos observadores da Agência.

A União Europeia já anunciou que a decisão das autoridades iranianas vem colocar em perigo o processo de negociação que dura há cerca de dois anos, entre os EUA e Teerão e que tem como mediadores a troika europeia constituída pela Grã-Bretanha, França e Alemanha.

«A Comissão espera que se consiga encontrar uma solução. Esperamos também que, nos próximos dias, não sejam tomadas decisões que possam por em perigo uma solução que pode ser conseguida na mesa de negociações», avançou um porta-voz da UE.

Segundo Teerão, Bruxelas deveria apresentar, até às 07:30 GMT de 1 de Agosto, uma série de propostas que incentivassem o Irão a renunciar à produção nuclear.

De acordo com a União Europeia, este prazo nunca foi acordado por ambas as partes. Por seu turno, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão já anunciou que uma proposta, que deverá incluir incentivos políticos económicos e nucleares, será apresentada dentro dos próximos dias.

Caso o Irão retome a produção nuclear, a EU deverá reunir de urgência o conselho da AIEA que, por sua vez, poderá recomendar que o caso seja levado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que, por seu turno, poderá decidir-se pela aplicação de sanções.

A União Europeia tem defendido que o Irão deverá interromper, de forma permanente, o enriquecimento de urânio e, como alternativa, comprar combustível para a central nuclear que está a construir com a ajuda da Rússia.

O Irão reivindica o direito de desenvolver todo o processo nuclear e qualquer proposta da União Europeia que negue esse direito não será aceitável.

Redação