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«Abusaram da nossa confiança», diz Blair

O primeiro-ministro britânico fez esta sexta-feira um discurso que marca o endurecer da política britânica contra o terrorismo no Reino Unido. «Abusaram da nossa tolerância», disse Blair.

A partir deste momento o Reino Unido poderá expulsar qualquer estrangeiro suspeito, independentemente das leis vigentes no país de origem.

«Ninguém deve ter dúvidas que as regras do jogo mudaram», disse o primeiro-ministro britânico, reforçando que «não serão tolerados mais abusos neste país».

O Reino Unido só estará disposto a receber «quem estiver disposto a partilhar os valores» britânicos, acrescentou.

O chefe de Governo disse que as políticas de extradição serão alteradas e a filiação do país à Convenção Europeia dos Direitos Humanos será «repensada», de forma a «agilizar a expulsão de quem defende o terror».

Tony Blair adiantou que haverá mudanças nos procedimentos de extradição e expulsão, que deverão ser aplicadas no prazo de apenas um mês, porque não necessitam de aprovação parlamentar.

Até ao momento, o Executivo da Grã-Bretanha só podia expulsar qualquer cidadão que fosse considerado pelas autoridades como «uma ameaça para a segurança nacional».

A partir de agora «quem provocar ou glorificar o terrorismo e quem promover a violência pode ser imediatamente expulso do país», explicou.

Blair confirmou igualmente que estas medidas vão levar o Home Officer - o equivalente ao ministro da Administração Interna português - a rever a situação de todos os cidadãos que aparecem nas listas dos serviços secretos britânicos como estando associados a pessoas, centros ou sites de Internet que fomentam o terrorismo.

O direito a asilo político também deverá ser alterado de forma a excluir acesso a todos os suspeitos de terrorismo, «independentemente das leis vigentes no país de origem», ou seja, independentemente de terem de voltar a um país onde possam ser sujeitos à pena capital ou a práticas de tortura.

Esta medida, no entanto, tal como outras propostas mais específicas, vai necessitar de acordo entre os partidos com assento parlamentar, o que significa que só entrará em vigor no Outono.

Redação