Não há sobreviventes na queda do avião da companhia aérea cipriota que, este domingo, se despenhou a norte de Atenas. As causas do acidente ainda são incertas mas as autoridades gregas e cipriotas já descartaram a possibilidade do desastre ser fruto de um ataque terrorista.
Ainda são desconhecidas as causas que estiveram na origem da queda do avião da companhia aérea cipriota Hélios, que se despenhou este domingo a norte da capital grega, Atenas.
Segundo informações avançadas pela companhia de aviação, nenhuma das 121 pessoas que seguiam a bordo, entre passageiros e tripulação, sobreviveram à queda.
A maioria dos passageiros eram crianças, de nacionalidade grega, que faziam a viagem de regresso depois de uma visita a Chipre.
O avião, que partira do aeroporto de Larnaca, perdeu contacto com a torre de controlo de Atenas imediatamente após o meio-dia e, momentos depois, precipitou-se sobre a montanha de Orrobos, a norte da capital grega.
Hipótese de ataque terrorista posta de lado
Os motivos do acidente ainda são pouco claros mas o governo cipriota já colocou de parte a hipótese de este ter sido um ataque terrorista.
Para o porta-voz do governo grego, Theodore Roussopoulos, o «mais provável» é que a queda do avião se tenha devido a «um acidente», embora considere que «é ainda prematuro avançar com estimativas sobre as razões» da tragédia.
«O mais provável é que se trate de um problema do próprio avião, mas não é sério dizer mais nada por agora», acrescentou.
A descompressão do aparelho tem sido avançada como uma das causas do desastre mas, segundo um especialista ouvido pela Agência France Presse, «uma despressurização não faz cair um avião».
«Uma perda de pressão é simplesmente uma perda da capacidade dos passageiros poderem respirar sem auxílio mecânico e, por isso, estão previstas as máscaras de oxigénio, que caem automaticamente quando é ultrapassada uma certa altitude», afirmou o também piloto.
Segundo François Grangier, a perda de pressão no interior da cabina «não afecta a estrutura do avião e a sua capacidade de voar, pelo que não pode justificar o acidente».
Em acréscimo, sublinhou o perito, «o sistema de oxigénio dos pilotos é independente do dos passageiros, pelo que os pilotos podem ter oxigénio mesmo quando os passageiros têm dificuldade em respirar. Os pilotos podem respirar e transportar a aeronave até ao solo».
«Se eles não puderam respirar, isso ainda é mais improvável, porque significa que nenhum dos circuitos de oxigénio funcionou», enfatizou François Grangier.
Segundo uma testemunha no local, alguns passageiros morreram por asfixia.
Outra das causas avançadas pode estar no mau funcionamento do sistema de aquecimento e arrefecimento do avião.
O familiar de um dos passageiros diz ter recebido uma mensagem sms em que o primo se despedia dizendo que estava muito frio na cabine e que o piloto e co-piloto estavam congelados.
Equipas de socorro, bombeiros e ambulâncias foram enviados para o local do sinistro, enquanto todos os hospitais da região foram postos em estado de alerta quando ainda se colocava a hipótese de existirem sobreviventes, segundo as autoridades.