A retirada israelita da Faixa de Gaza marca o início de uma nova era promissora. A ideia foi manifestada pelo secretário-geral das Nações Unidas e por Ariel Sharon. O primeiro-ministro israelita alertou no entanto, que vai responder com força em caso de ataques palestinos.
O secretário-geral das Nações Unidas considerou, esta segunda-feira, que a retirada de Israel da Faixa de Gaza é um «momento de promessa e esperança» que exige qualidade de estadista a todos os envolvidos.
Num comunicado, Kofi Annan expressou ainda o desejo que o processo se desenrole de forma pacífica.
No final do primeiro dia da retirada, o primeiro-ministro israelita falou ao país dizendo que este momento inaugura uma época cheia de promessas mas também de perigos.
Numa comunicação transmitida pela televisão israelita, Ariel Sharon admitiu que a retirada dos 21 colonatos na Faixa de Gaza e de mais quatro no norte da Cisjordânia é dolorosa para ele, em termos pessoais. Sharon admitiu que gostaria de manter esses colonatos sob poder israelita mas a pressão mundial e palestina fez com que mudasse de ideias.
O primeiro israelita manifestou a esperança de que o povo palestino prove que também tem boas intenções para que os dois povos possam seguir o caminho da paz.
Ainda assim, Sharon deixou o aviso de que, daqui para a frente, vai responder com «força inédita» a ataques terroristas palestinos daqui para a frente.
Ariel Sharon fez ainda um pedido aos soldados e polícia israelita para que ajam com mais paciência e sensibilidade para com os moradores dos colonatos que estão a ser desocupados.
Para os analistas, o discurso de Sharon, apesar da demonstração de sensibilidade, foi feito tarde demais para convencer os opositores à retirada a sair pacificamente da região.
Por seu turno, o presidente palestino classificou a retirada como «importante e histórica» mas lembrou que ela deve ser um primeiro passo para outras retiradas.