O candidato derrotado nas presidenciais guineenses declarou ao presidente em exercício da União Africana (UA) que mantém a determinação de não reconhecer os resultados da votação de 24 de Julho.
Malam Bacai Sanhá fazia desta forma um balanço da sua deslocação à Nigéria onde, acompanhado do primeiro-ministro guineense e líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, se reuniu hoje com o chefe de Estado nigeriano e líder em exercício da UA, Olusegun Obasanjo.
«Mantemos a nossa posição e isso dissemo-lo - a Olusegun Obasanjo - claramente. A nossa posição é a única, não vamos admitir os resultados eleitorais até que a justiça seja feita e esperamos que um dia ela será feita», disse à agência Lusa Bacai Sanhá.
O candidato derrotado na segunda volta das presidenciais por João Bernardo "Nino" Vieira, afirmou ainda que a conversa com Obasanjo foi «franca e de irmão para irmão», o que, ressalvou, permitiu ao líder da UA ter «mais informações» sobre a crise na Guiné-Bissau.
«Foi uma conversa franca, de irmão para irmão. Trouxemos a solidariedade africana para o povo guineense. Demos a nossa versão dos factos. Passámos-lhe informação que ele não tinha. Neste momento, ele está em melhor posição para examinar a situação na Guiné-Bissau e contribuir para a solução da situação», admitiu.
No entanto, Bacai Sanhá sublinhou que, além da preocupação de Olusegun Obasanjo, este não lhe deu quaisquer garantias de que teria uma solução imediata para a situação de crise guineense.