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Sunitas chumbam versão final da constituição

O parlamento do Iraque concluiu este domingo a versão final da nova Constituição, que submetida a referendo popular em 15 de Outubro. Os árabes sunitas não aprovaram o documento, apesar das longas negociações dos últimos dois meses.

Apesar de concessões feitas de última hora por xiitas e curdos, o projecto do novo texto constitucional é desaprovado pelos árabes sunitas, que rejeitam a opção federalista considerando que irá dividir o país em dois: um norte curdo e um sul xiita. Os sunitas apoiavam o antigo presidente iraquiano, Sadam hussein.

Os diplomatas sunitas apresentaram publicamente sua recusa logo depois do texto ter sido submetido ao Parlamento. Eles classificaram a versão final como «ilegítima» e pediram à Liga Árabe, à Organização das Nações Unidas e a organizações internacionais para que interviessem para impedir a aprovação do documento.

A reunião de hoje, segundo fontes da comunidade sunita, limitou-se à leitura dos artigos corrigidos do projecto constitucional. Ficou decidido realizar segunda-feira uma nova sessão para debater o texto integral.

Durante a reunião do parlamento, que não teve a participação do seu presidente, Hashem al Hasani, não foi anunciada qualquer data para a votação do projecto no parlamento, passo que é preciso realizar antes do referendo popular.

As cláusulas da Constituição foram lidas por Abbas al-Bayatti, um dos 71 membros da comissão encarregada de elaborar a nova carta magna iraquiana.

Por seu turno, o presidente da Comissão Constitucional, Hemam Hamudi, abriu a sessão com um discurso em que fez o elogio da redacção do documento e afirmou que este «respeita os princípios da democracia e do multipartidarismo».

Hamudi disse esperar que «os que têm ainda reservas sobre o projecto» (alusão aos sunitas) reconsiderem a sua posição e o apoiem.

Por seu lado, Saleh al-Mutlaq, um dos 17 membros sunitas da comissão de redacção, declarou à imprensa que a sua comunidade «não assinou o projecto, dado que, com a sua actual redacção, é ainda inaceitável».

Segundo Monzer al-Faddal, um deputado árabe pela lista curda, a nova versão do projecto constitucional iraquiano reconhece a região autónoma do Curdistão e remete para a próxima assembleia do parlamento a pergunta genérica sobre um sistema federal para o Iraque e a forma de o aplicar.

Catorze alterações foram introduzidas na versão apresentada no passado dia 22 ao parlamento, segundo o mesmo deputado.

Redação