mundo

Europeus não gostam de liderança dos EUA

Os europeus não vêem com bons olhos uma liderança dos EUA nos assuntos internacionais, enquanto que quase metade dos norte-americanos gostaria de ver a UE como superpotência. Estes dados constam de um inquérito divulgado pela FLAD.

Sessenta por cento dos europeus continua a torcer o nariz a uma liderança norte-americana nos assuntos internacionais, indica uma sondagem divulgada pela Função Luso-americana para o Desenvolvimento (FLAD).

Por outro lado, 73 por cento dos norte-americanos gostariam que a União Europeia se tornasse mais forte em termos internacionais, ao passo que 47 por cento dos habitantes dos EUA desejam ver a UE como superpotência, apesar das ideias políticas serem diferentes.

Do lado europeu, a simpatia pelos norte-americanos caiu um por cento relativamente a 2004, com 50 por cento dos europeus a confessarem a sua simpatia pelos EUA.

No entanto, quando se fala nas políticas internacionais de George W. Bush, tudo muda uma vez que 72 por cento dos europeus revelam não gostar das opções do presidente norte-americano.

A tendência demonstrada pelo inquérito revela que os europeus querem independência face aos EUA, enquanto que os norte-americanos desejam uma aproximação à Europa.

No que diz respeito à promoção da democracia no mundo, 74 cento por cento dos europeus vêem-na com bons olhos, enquanto que só 50 por cento nos EUA apoiam esta que é uma das prioridades do presidente George W. Bush.

De ambos os lados do Atlântico, pensa-se que a persuasão é a melhor forma de promover a democracia no mundo, contudo, se a "democracia à força" for a opção está é mais apoiada por norte-americanos do que pelos europeus.

Ainda segundo este inquérito, a recessão económica e o terrorismo são as grandes preocupações dos norte-americanos, enquanto que o aquecimento global é que o que mais preocupa os europeus.

Já os direitos humanos na China são considerados como importantes pelos norte-americanos e pelos europeus.

O presidente da Fundação Luso-americana considerou que os resultados deste estudo não aumentou o «fosso entre os EUA e a Europa» apesar das divergências existentes.

«As coisas mantêm-se e há perspectivas de desenvolvimento e aproximações futuras que ainda não estão concretizadas, mas que não estão excluídas. É um inquérito interessante, porque revela que os estragos que se registaram nas relações entre a Europa e os EUA nos anos anteriores não tiveram consequências», explicou Rui Machete à TSF.

Redação