O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, recusou esta quarta-feira apresentar o seu pedido de demissão, depois de uma declaração em que assumiu a responsabilidade dos erros de gestão encontrados no programa "Petróleo por Alimentos".
«O relatório (da investigação) é crítico em relação a mim e eu aceito essa crítica», declarou Annan perante o Conselho de Segurança, acrescentando, no entanto, não estar «à espera de nenhuma demissão».
«A comissão estabeleceu que a gestão do programa se caracteriza pelas deficientes práticas administrativas e controlos de auditoria desadequados. Por isso, e como máximo administrador das Nações Unidas, devo assumir a minha responsabilidade», disse o secretário-geral.
No entanto, disse, «no princípio do ano, a comissão concluiu que eu não tinha tido influência, ou tentado influenciar, o processo de atribuição de contratos. Sinto-me feliz ao verificar que esta conclusão foi agora reafirmada».
O principal relatório sobre a investigação ao programa, elaborado por uma comissão independente, foi enviado ao Conselho de Segurança pelo chefe daquela, o ex-presidente da Reserva Federal norte-americana, Paul Volcker.
O programa "Petróleo por Alimentos" foi criado pela comunidade internacional durante o embargo estabelecido contra o regime de Saddam Hussein depois da Guerra do Golfo.
Com o programa, autorizava-se o Iraque, por razões humanitárias, a exportar uma certa quantidade de petróleo em troca de alimentos.