A Missão de Assistência das Nações Unidas para o Iraque (UNAMI) divulgou um relatório alarmante sobre a situação dos direitos humanos naquele país. O documento condena a violência em curso e o comportamento das forças da ordem locais.
Com incidência no período entre 01 de Julho e 31 de Agosto, o relatório traça um quadro sombrio e apela às autoridades iraquianas para respeitarem as suas obrigações em matéria de direitos humanos.
Sublinha, nesta sequência, a "inquietação" da ONU pela falta de protecção dos direitos cívicos, culturais, económicos, políticos e sociais da população.
«Os rebeldes continuam a alvejar civis inocentes, entre os quais crianças, polícias, dirigentes políticos, diplomatas, activistas dos direitos humanos e responsáveis ligados à força multinacional, ou tidos como tal», assinala o texto.
«Os cadáveres continuam a aparecer em Bagdad, a maioria apresentando sinais de tortura, parecendo que as mortes resultam de execuções extra-judiciais», salienta, lembrando que familiares de falecidos acusaram de atrocidades «forças ligadas ao Ministério do Interior».
O documento denuncia o «uso excessivo da força» por parte de polícias iraquianos, que agem por conta própria ou em sintonia com a força multinacional.
O texto recorda numerosos encontros havidos com responsáveis iraquianos sobre este problema e afirma que a ONU espera pela realização de investigações às violações constatadas.
Segundo a ONU, foram dadas instruções ao Ministério do Interior iraquiano para respeitar os direitos humanos, mas a organização admite ser ainda «muito cedo» para avaliar o resultado das suas diligências.