Pelo menos 152 pessoas morreram, esta quarta-feira, no Iraque, 113 num atentado suicida em Bagdad, o mais mortífero na capital nas últimas sete semanas, já reivindicado pela al-Qaeda, na sequência de uma ofensiva contra rebeldes no nordeste do país.
O atentado suicida visou uma aglomeração de trabalhadores num bairro xiita da capital, o de Kazimiyah, provocando pelo menos 113 mortos e 200 feridos, segundo fonte do Ministério do Interior.
«O suicida, a bordo de um automóvel Opel, foi contra os trabalhadores reunidos numa praça do bairro cerca das 07:00 (04:00 em Lisboa)», prosseguiu a mesma fonte.
Os trabalhadores iraquianos têm por hábito reunir-se numa praça do bairro, chamado Ourouba, onde esperam ser contratados para trabalhar durante o dia.
O atentado aconteceu perto do mesmo bairro em que teve lugar a tragédia de 31 de Agosto, por ocasião de uma peregrinação xiita, após rumores sobre a presença de suicidas na multidão. Cerca de um milhar de pessoas morreu.
Bagdad não conhecia um atentado tão mortífero desde 24 de Julho quando um camião armadilhado conduzido por suicida explodiu contra um posto da polícia, provocando 27 mortos e 33 feridos.
Durante esta manhã a capital iraquiana foi abalada por uma dezena de atentados suicidas já reivindicados pela organização al-Qaeda na Mesopotânia para vingar a ofensiva das forças norte-americanas e iraquianas com Tall Afar, bastião rebelde.
Para além da violento ataque em Kazimiyah, estes outros atentados, tanto contra civis como militares, provocaram um total de 39 mortos e 280 feridos.
Homens armados executam 17 civis mortos
Entretanto em Taji, 15 quilómetros a norte de Bagdad, 17 civis iraquianos foram executados por homens armados.
«Homens armados e com uniforme de soldados, circulando a bordo de veículos militares, chegaram a Taji, 15 quilómetros a norte de Bagdad, detiveram vários membros da tribo dos Bani Tamim, antes de os reunirem numa praça onde os executaram a tiro», revelou a mesma fonte do ministério do Interior, segundo a qual a operação teve lugar cerca das 04:30 (01:30 em Lisboa).
Estes ataques acontecem depois das ameaças lançadas por grupos extremistas sunitas, entre os quais a Al-Qaida, depois de uma ofensiva militar na cidade de Tall Affar, no nordeste do Iraque, perto da fronteira com a Síria.
A ofensiva, realizada pelo exército iraquiano, com o apoio das forças norte-americanas, permitiu, segundo as autoridades de Bagdad, capturar rebeldes e combatentes estrangeiros provenientes da Síria.
As operações militares provocaram cerca de 150 mortos entre os rebeldes e mais de 400 suspeitos foram detidos, segundo revelou o exército norte-americano.