O presidente do Irão convidou, este sábado, empresas estrangeiras a participar no enriquecimento do urânio iraniano, a fim de tranquilizar a comunidade internacional sobre os objectivos civis do seu programa nuclear.
Mahmoud Ahmadinejad, que falava na tribuna da ONU, sublinhou que o Teerão «está pronto a envolver-se numa parceria séria com os sectores privado e público de outros países sobre o programa de enriquecimento do urânio no Irão».
«Isto representa a medida mais ambiciosa, depois das obrigações do Tratado de Não-proliferação nuclear (TNP), que o Irão propõe para aprofundar a confiança», acrescentou.
O presidente iraniano pediu também que a África do Sul participe a partir de agora nas discussões sobre o nuclear iraniano conduzidas até à data por três países europeus (França, Alemanha e Grã-Bretanha (UE-3).
Ahmadinejad propôs ainda que a Assembleia Geral da ONU crie um «Comité ad hoc» para lutar contra a proliferação nuclear e contra o que chamou «o apartheid nuclear» entre aqueles que possuem esta tecnologia e aqueles que estão impedidos de lhe aceder.
As propostas hoje avançadas por Ahmadinejad ocorrem numa altura em que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) se reúne segunda-feira em Viena para estudar a possibilidade de levar o dossier nuclear do Irão até ao Conselho de Segurança da ONU, depois de Teerão ter recomeçado em Agosto actividades nucleares sensíveis.
Os negociadores europeus vão agora decidir se prosseguem as negociações com Teerão ou se intensificam as pressões para levar o caso até ao Conselho de Segurança, que pode decidir-se por sanções.